quinta-feira, 13 de agosto de 2009


Será o Benedito!

Mário de Andrade


Em tom de conversa, Mário de Andrade conduz o leitor por uma viagem ao interior de São Paulo, na Fazenda Larga. Longe dos arranha-céus, o homem da cidade conhece o garoto Benedito. A cerca que separa a casa-grande do vasto gramado é o obstáculo a ser transposto em busca de uma amizade. Por meio de uma leve prosa cotidiana, o livro traz à tona a amizade em sua forma mais pura. O texto, curto e direto como uma crônica jornalística deve ser, tem ainda pitadas de humor que amenizam a emoção. Publicada originalmente no suplemento literário do jornal O Estado de S. Paulo, em 1939, a crônica “Será o Benedito!” é o sexto volume da coleção Dedinho de Prosa, criada em 2002, com o intuito de ser uma biblioteca ideal para o jovem leitor.

Kafka e a Boneca Viajante
Jordi Sierra i Fabra
Tradução: Rubia Prates Goldoni


Um ano antes de sua morte, Franz Kafka, passeando pelo parque de Steglitz, em Berlim, encontrou uma menina chorando porque havia perdido sua boneca. Para acalmar a garotinha, inventou uma história: a boneca não estava perdida, mas viajara, e ele, um "carteiro de bonecas", tinha uma carta em seu poder que lhe entregaria no dia seguinte. Naquela noite, ele escreveu a primeira de muitas cartas que, durante três semanas, entregou pontualmente à menina, narrando as peripécias da boneca em todos os cantos do mundo. Inspirado por esta história pouco conhecida de Kafka, contada por Dora Dyamant, companheira do escritor na época, Jordi Sierra i Fabra recria as cartas nunca encontradas e que constituem um dos mistérios mais belos da narrativa do século 20.


Certo dia, Bruno chega da escola e encontra Maria, a criada da casa, empacotando suas roupas e brinquedos. O menino não gosta de vê-la mexendo em seu armário, descobrindo coisas secretas que ele não mostrava pra ninguém, nem para seus melhores amigos. Mas este seria o primeiro de muitos acontecimentos que aborreceria Bruno.Cumprindo ordens do “Fúria” (“o homem que manda no país”), o pai de Bruno, um alto comandante do exército alemão, assume um trabalho importante em “Haja-Vista”. Poucos dias depois, a família inteira muda-se de Berlin para este lugar esquisito, no meio do nada, e cujo nome Bruno não consegue pronunciar corretamente.Em “Haja-Vista”, a vida parecia mais chata do que nunca. Não havia vizinhos, Bruno não ia mais à escola e nem tinha com quem brincar. Explorar aquele lugar inóspito passou a ser sua única diversão. Atrás da casa, havia uma enorme cerca, que se estendia por todo o horizonte, até onde Bruno não conseguia mais enxergar. Do lado de lá, o menino observou que viviam dois tipos de pessoas: os soldados e os que vestiam pijamas listrados.A cabeça do menino de 9 anos não consegue entender tamanho absurdo (e quem consegue?), e ele passa a fantasiar sobre como seria a vida do outro lado da cerca, onde todos podiam passar o dia inteiro de pijamas. Até que, em uma de suas explorações, Bruno encontra próximo à cerca um menino de pijama listrado. Shmuel parecia-se muito com Bruno, porém mais magro e profundamente triste.Nesta fantástica obra de John Boyne, o leitor vê o Holocausto sobre a ótica inocente, ingênua e intrigada das crianças. Uma história encantadoramente simples e comovente sobre as cercas que nos separam – e sobre as coisas vergonhosas que os adultos têm coragem de fazer.